domingo, 23 de novembro de 2008

Marketing Viral

A publicidade viral se fundamenta em técnicas de marketing que exploraram a espontaneidade das pessoas. Este é o caso dos usuários de redes sociais e dos consumidores simpáticos a determinada marco ou produto. A intenção do marketing viral é produzir um aumento exponencial no reconhecimento de uma determinada marca, daí a referência ao vírus, que gera uma epidemia ao infectar um corpo hospedeiro.
Na sua origem, o marketing viral servia para descrever a difusão de uma determinada propaganda nos e-mails enviados por usuários de um determinado serviço de correio eletrônico. Atualmente, a publicidade viral desenvolve formas técnicas de se obter um retorno financeiro direto a custos baixíssimos, já que o vírus de uma idéia se propaga por meio da lógica da moda, assim, as pessoas passam a compartilhar naturalmente os conteúdos pretendidos pela campanha viral.
Muitas vezes esta técnica publicitária é patrocinada por uma marca. Porém, há diversos casos em que quem gera realmente tal movimento são os admiradores ou fãs de um produto ou serviço. Em geral, os anúncios virais tomam diversas formas que alegram e entretêm as pessoas, por meio de videos, jogos interativos, músicas e textos que divulgam os rumores do lançamento de novidades esperadas pelo mercado.

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Justiça e videoconferência

Os Estados Unidos e a União Européia já utilizam há anos o sistema de videoconferências para o interrogatório de detentos. No Brasil, a discussão não é recente, mas aqui o sistema enfrenta a oposição de uma parcela dos advogados criminalistas. Os advogados de defesa alegam que esta mídia tende a dificultar o princípio do contraditório e que a adoção do sistema de videoconferências impede o magistrado de captar reações e traços psicológicos expressados pelos depoentes. Portanto, segundo esta tese, a fase probatória do processo teria um peso meramente burocrático para o convencimento do juiz, que tenderia a firmar sua convicção com base em um aparato tecnológico que tornaria os interrogatórios de presos frios e mecânicos.
Por outro lado, o uso de equipamentos informatizados geraria a redução dos gastos estatais com o robusto aparato de segurança, designado para a realização das escoltas policiais, instrumento de segurança pública necessário para a realização das ações de transferência dos presos que hoje são levados obrigatoriamente aos interrogatórios judiciais e julgamentos realizados pelas diversas instâncias do Judiciário. Assim, a comunicação virtual em tempo real, poderia acelerar as ações e encurtar o tempo necessário para a realização de julgamentos criminais. Outra vantagem do sistema seria a diminuição das tentativas de resgate dos presos de alta periculosidade pelas facções que comandam o crime organizado no país.
A questão das videoconferências foi recentemente apreciada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado brasileiro, que aprovou em caráter terminativo o projeto que permite a utilização desse sistema em todo o território nacional. Se não houver recurso, devolvendo o projeto para a Câmara dos Deputados, e se o projeto for promulgado pela Presidência da República, haverá uma mudança substancial na realização da chamada fase de instrução dos processos criminais, período em que as provas são recolhidas e os réus e testemunhas são ouvidos pelo juiz.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Lei brasileira de crimes cibernéticos

O plenário do Senado Federal da República aprovou e reencaminhou à Câmara dos Deputados, mediante alterações, o texto do Projeto de Lei de nº 89 do ano de 2003 (PLC 89/2003 proposta pelo deputado Luiz Piauhylino), que regulamenta a criação de 13 novas categorias criminais e endurece as sanções para infratores de tipos penais já existentes em relação ao uso da internet.
Em repúdio ao Projeto de Lei, um protesto relâmpago foi organizado conforme o conceito de "flashmob", que significa “multidão instantânea” em inglês. Essa estratégia de intervenção social se configura numa mobilização orquestrada por internautas, porém, que nem sempre possui um caráter político.
Conforme o combinado, o grupo de manifestantes se reuniu em frente ao prédio da Fundação Cásper Líbero na avenida Paulista, em plena hora do "rush" de sexta-feira. A "performance" foi planejada de pouco mais de 30 segundos contou com cerca de 50 pessoas, reunidas no canteiro central da avenida, que compareceram ao local combinado portando folhas de papel sulfite com mensagens que pressupõem haver excessos legislativos no texto final apresentado pelo senador mineiro Eduardo Azeredo, cujo discurso visa proteger os usuários "bem-intencionados" da rede e tipificar crimes que já costumam ser cometidos no mundo virtual.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Escritores fantasmas

Há pessoas que não conseguem, não querem ou não podem escrever algo num determinado contexto, mas que mesmo assim, publicarão em seu próprio nome um texto desenvolvido por um escritor fantasma, mais conhecido como ghost writer, sua expressão em inglês.
O escritor fantasma nada mais é que um profissional da escrita, em geral altamente gabaritado, que vende sua habilidade de escritor para produzir textos que na realidade serão publicados com o nome de seus clientes. O trabalho dele é estritamente sigiloso, e o cliente que pagar pelo serviço pode ter toda segurança de que os direitos referentes aos aspectos legais que garantem a propriedade intelectual da obra produzida pelo escritor fantasma pertencerão exclusivamente ao contratante. Isso mesmo, como o serviço é profissional um contrato é feito para proteger o negócio.
Muitos livros vendidos nas grandes livrarias são produzidas por meio deste tipo de serviço especializado. O mesmo ocorre com diversas outras formas de produção textual, é o caso de muitos roteiros cinematográficos, e também de documentos de caráter administrativo, como os planejamentos estratégicos de grandes empresas e peças para campanhas publicitárias. Porém, um escritor fantasma também costuma escrever para seus clientes documentos mais curtos, como requerimentos, etc.
Alguns escritores fantasmas são muito prestigiados, e prestam serviços para famosos e poderosos. Eles estudam profundamente os aspectos estilísticos e psicológicos de seus clientes, adaptando o seu texto às visões de mundo do contratante, esse trabalho pode ser complexo, exigindo entrevistas de fundo e ampla análise documental. Essa é a gênese de muitos discursos políticos e até mesmo de autobiografias. Outro fator digno de nota é que escritores fantasmas de renome costumam se negar a escrever textos para a obtenção de títulos acadêmicos, como Mestrado, Doutorado e Livre-docência.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Jornalismo Cidadão

No Brasil, é obrigatória a exigência de diploma universitário em curso de Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo, para o exercício da profissão de jornalista em veículos impressos, rádios e nos canais de televisão. No entanto, ainda não há regulamentação para a atuação em mídias eletrônicas situadas na World Wide Web (a rede de alcance mundial).

Vivemos uma verdadeira proliferação global de Websites fundamentados numa noção de mídia colaborativa e contribuitiva. Por exemplo, o jornalismo independente, jornalismo de base ("bottom-up journalism") e jornalismo popular ("people's journalism"), é engajado politicamente e já possui um histórico de lutas e censuras (vide, por exemplo, a página do Centro de Mídia Independente - CMI: http://www.midiaindependente.org/).

Também já faz cerca de uma década que visualizamos listas de discussão alimentadas por usuários internautas discorrem sobre os mais diversos assuntos e o advento das redes sociais só ampliaram o volume desta fonte de informação.

Além da denominação "open source", são vários os outros termos dados para a publicação de conteúdos de cunho jornalístico por pessoas sem a formação de jornalista, tendo estes a colaboração ou não de jornalistas profissionais, e três, são os termos mais usados:

  • jornalismo cidadão ou "citizen journalism";
  • jornalismo em rede ou "networked journalism";
  • jornalismo de raiz ou "grassroots journalism".
Por uma questão de desambiguação é importante frisar que o jornalismo cidadão não é sinônimo de jornalismo cívico ou público, modalidade que é feita por jornalistas profissionais que visam discutir processos políticos e sociais de interesse público. Esta visão editorial de caráter público é vezes vinculada à advocacia jornalística, ou seja, uma postura transparente ou viés declarado por parte do jornalista em favor de uma determinada angulação ideológica.

O termo jornalismo cidadão também não deve ser confundido com jornalismo comunitário, que se utiliza das ferramentas do jornalismo para desenvolver a capacitação de membros de uma determinada comunidade. Este é o caso de diversos projetos sociais, presentes na cidade de São Paulo, que atuam prioritariamente na área das juventudes:
  • Instituto Criar (http://institutocriar.terra.com.br/), capitaniado pelo apresentador da Rede Globo de Televisão Luciano Huck;
  • Projeto Cala-boca-já-morreu (http://www.cala-bocajamorreu.org/), uma ONG especializada em educomunicação;
  • Rede Viração (http://www.revistaviracao.org.br/), publicação feita por jovens e para jovens que defende a reprodução de suas informções por meio do conceito de Copyleft, ou seja, sitando-se o link e a fonte das informações;
  • Revista Menisqüência (http://www.sala5.org/), projeto de empreendedorismo social inspirado no conceito internacional das publicações de rua.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Planeta Mobile

Desde a criação do sistema automático de telefonia móvel (MTA), um trambolho de mais ou menos 40 kg desenvolvido pela Ericsson, as características básicas e a funcionalidade e dos telefones portáteis mudou radicalmente. Agora no início do século XXI, o celular tende à sua nova vocação de aparelho multimídia.
A popularização do Serviço Móvel Pessoal (SMP) cresce de maneira vertiginosa no Brasil e no mundo. Os serviços de telefonia móvel, que já possibilitam a navegação pela Internet, rumam agora para uma nova fase: estimular a convergência dos telefones celulares com os cartões de crédito.
A dinâmica é a seguinte: grandes bancos se associam às principais bandeiras do mercado de meios eletrônicos de pagamento para configurar, iniciaram a parceria oferecendo serviços de auto-atendimento via celular e permitindo a recarga dos pré-pagos por cartão de crédito.
Agora, testes para a efetivação de pagamentos remotos via aparelho celular estão ocorrendo e as empresas já buscam escolher as plataformas mais seguras e eficientes para a prestação destes serviços, independente de restrições a aparelhos específicos ou operadoras de telefonia móvel.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Presidente Obama e o fenômeno da convergência de mídias na eleição norte-americana

No discurso da vitória de Barack Hussein Obama II, eleito o 44° presidente dos Estados Unidos da América do Norte, foi emblemática a imagem de uma multidão digna de um show de rock acenando seus celulares reluzentes que registravam cada detalhe deste marcante fato histórico.
No meio da multidão, o controverso reverendo Jessie Jackson e a célebre apresentadora de TV Oprah Winfrey, choravam pela vitória do senador afro-americano revestido da aura de Martin Luther King. Mas a grande vedete da campanha presidencial estadunidense de 2008 não foi nem mesmo Obama, e sim, os jovens do país. E esse fato não se justifica apenas pelo discurso pós-racial, que pode ser reduzido retoricamente à uma questão de marketing eleitoral, mas pela formidável máquina de propaganda para a arrecadação dos recursos privados que financiaram a vitória de Obama, esta sim, resultado direto de um ativismo político de base digital.
Marcados pela casualidade, os filhos dos "baby boomers" do século XX são chamados atualmente de "millennials" ou de "generation Y". Desde os "caucus", assembléias locais das primárias partidárias, o candidato democrata à Casa Branca bateu a concorrência com um forte apoio da juventude e com ampla divulgação nas redes de relacionamento e mensagens pelo celular.
Mesmo a divulgação do jogo eletrônico "The Sims 3", da Electronic Arts, pegou carona neste engajamento político dos jovens, apresentando uma paródia das eleições em que a canditata a vice-presidente pela chapa republicana e governadora do Alaska, Sarah Palin, estapeando o vice-presidente eleito Joe Biden (http://thesims3.ea.com/).
Barack Obama, que inclusive já foi transformado no ícone dos games Super Mario com o jogo online Super Obama World (http://www.superobamaworld.com/), disse há algum tempo que quer criar uma nova pasta para o cargo de diretor em tecnologia no seu gabinete, uma pessoa para tornar o governo mais acessível aos cidadãos. O primeiro passo nesse plano, é o lançamento de um website sobre a nova administração de transição para a Casa Branca, o chamado Change.gov (http://change.gov/).

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Valores para uma mídia construtiva.

A História do Jornalismo é marcada por recorrentes "crises de identidade" e enfrenta um sério questionamento sobre a sua adaptabilidade ao fenômeno da convergência de mídias, fato irreversível para a sociedade global comtemporânea.

Um outro fator discutido atualmente é se há relevância na prática do jornalismo "open source", uma forma de jornalismo colaborativo aberta ao público geral. Esse modelo não foi concebido com a pretenção de ferir a reserva de mercado dos profissionais da comunição social ou mesmo a legitimidade dos veículos de imprensa, e sim para fomentar a pluralidade discursiva e a interatividade entre seus partícipes, ou seja, promovendo a conscientização do público de que as fontes falham, os erros acontecem e podem ser corrigidos; e, principalmente, que nem toda verdade jornalística é absoluta.

Pressupostos:

  • No início deste século XXI, conhecimento agrega valor e gera impacto social.
  • Em 2007 a população urbana mundial ultrapassou em número a população rural.
  • Os avanços tecnológicos, impulsionados pelas sucessivas guerras, atualmente já permitem à humanidade a expansão e convergência dos mais diversos meios de comunicação, integrando o rádio, a televisão, a internet e a telefonia móvel.
  • A convergência é um contexto inédito que tem transformado realidades complexas, tanto de maneira perversa quanto salutar.
  • A grande mídia veicula fatos e estatísticas conforme critérios de relevância bem específicos.
  • Toda empresa de comunicação, seja jornalística ou publicitária, desenvolve normas discursivas que ordenam e orientam suas estratégias para a gestão de informações, porém, em alguns casos o pressuposto existente é de que o sensacionalismo vende melhor as notícias.
  • A premente necessidade de se buscar novas fórmulas que fortaleçam o papel das mídias e de seus agentes em benefício da humanidade e do mundo.